sexta-feira, 29 de outubro de 2010

I - Ode a loucura

Agora eu pronuncio,

A raíz de tudo isso.

Um povo corrompido,
vivendo sob lembranças de uma decadência fria
buscam oceanos sangrentos direcionados ao céu,
ocultando pecados que afugentam, o fogo de mil sóis.
Transmissões que ecoam
Abaixo de sinfonias e luzes ofuscantes
Onde, esperança não há.

II - Deslindar o medo 

Que o caos transborde
através do silêncio,
esse ensurdecedor barulho da TV desligada,
aclama...
Preencha-me, com o que for
Só me dê novas razões,
insisto...


Me medique
Eu sinto o relapso dos efeitos colaterais
Uma dosagem de medo e escuridão
Insanidade torturante, um inferno asfixiante
Sou a presa de planos impulsivos de um louco
Uma esfera perfeita.
Vítima.

Correndo para frente
Inclinando-se sobre
Olhando para fora
caindo para trás
Girando e rodopiando
'Carpe diem'
Um grito
Sem som.

Justificativa,
covardia

Quero novos esquemas, novos planos...
Pelo menos assim,
eu posso me encontrar
Ao invés de fugir

E aceitar que nunca mais irão voltar,
Aqueles meus falsos amigos...

III - Martírio pseudo-social

Bem-vindo, peregrino.

Vida
Venha cá sua puta de merda
Me apunhale 300 vezes
Faça-me rir até chorar.
Mas por quê? Por quê?

O que você tem para mostrar?

Assassinatos, mentiras, estupros
ódio, 
amor, remorso

A raiva hipócrita?
Obsessão,
O medo egoísta,
Humilhação.
Distorcendo toda fé em violência.

Óh, Esperança!
Cure
essa alma moribunda.

A paz de espírito é menor do que nunca

IV - 'Sobre estar só: Eu sei'

Ruínas caídas e vagos monumentos.
O último, coberto pelo sangue de faraós,
engolindo, a fúria do vórtice diante de
multidões inquietas; criaturas de batalha,
forjadas no vazio da noite, onde
repugnantes profetas bastardos, desenham o
legítimo Deus de uma podre criação;
Definhando
Sobre a face de uma pálida lua amarela,
da escura noite eterna.

Servos infiéis
Santos desviados
Reto é o caminho

A procissão em busca da salvação
será acalentada pelo fogo eterno...
Não existem mais líderes,
muito menos seguidores,
apenas novas contradições nesse solo deserto;
O palíndromo do fim,
meu, seu e de todos...
A história acaba onde começou
Você não merece adeus.

Não desejados
Sua hora chegou
Não há mais nada para mostrar.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

4:12

Gostaria de poder ter conversado com ela... Sabe, não para fazê-la mudar de idéia... Ou dizer a ela o que fazer... Mas só para dizer ‘Eu te amo’ e ‘Sinto sua falta’. Só dizer ‘adeus'.

domingo, 17 de outubro de 2010

Poeta

Afundo-me nessa ausência que é escrever;
Ausência de gostos, de cheiros, de vida. Ausente de mim mesmo.
Uma solidão compartilhada apenas com as palavras.
Estas, minha eterna prisão.

Onde ?
     
Inspiração
Onde está você ?
Melhor nem perguntar...
Alguém ainda te conhece ?
Não sei dizer...
Talvez um ou outro apaixonado
Insista em te manter viva...
Será ?
Mesmo assim, ainda pergunto:
Onde está você ?
Pfff...


sábado, 9 de outubro de 2010

Gabriela


Ó que blasfêmia da arte! Ó que assombro fatal!

" Vislumbrante és,
Frágil menina.
Sustentada estás,
Óh estado destituído de forma
Em tempo por sigilo, e segredo
Outrora pela covardia, pelo medo
Outrossim, és sábia, quando não em vão
Eis
então o que a mim tu faz
Inunda-me de paz, ou de solidão
Aah, chave prima para o sossego
Propriedade infinda da razão... 


Beleza rara quase inocente, na prova uno e trino da criação.
Romântica, versejava em prosa, cânticos de magia e sedução
Ante os olhos de Quixote apaixonado, cobiçando teu amor,
Sobre o brilho reluzente de seus lábios, torpor
Ostentei a vida por instantes ao teu lado. Louco, admirador.

 
Seja o que for, escura noite ou rubra aurora;
Uma por uma, as fibras do meu corpo arfante
Gritam: Ó Gabriela, meu coração te adora !

Rogo-te... Fique, comigo aqui estejas, cada momento.
Amei-te por dias, por instantes, hoje, quiçá até agora

Que venhas do céu ou do inferno, que importa
Beleza!
Ó monstro ingênuo, gigantesco e horrendo!
Teu olhar, teu riso, teus pés me abrem a porta
De um infinito que amo, e jamais desvendo

Beijo-te nos meus sonhos e carrego teu cheiro... Ação !
Renovo-te minha promessa de musa, divina inspiração
Quero-te como homem, sem medida, com todo amor.
Brilha-me os olhos, tropeço nas palavras, basta, enfim azebro.
Onde estarei eu, estarás tu, és promessa, não à quebro.

II

Farei-te milhares de versos
Proclamarei infinitos poemas
Trarei-te centenas de rosas
Provarei que te amo.
Mesmo que um dia não me concedas tanta importância.

III

A mim, poeta sofredor,
Teu corpo de um mal sem cura
Todo manchado de rubor,
Só tem doçura

Paro; continuo
Não sei
E mesmo assim sei tão bem.
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir.

IV

E desse engodo eu vi luzir
De longe o teu farol
Minha ilha perdida, é aí
o meu pôr do sol.”


Eu te amo ! Se agora queres, todavia,
Como um astro a emergir da penumbra que o acua,
Pavonear-te no palco onde a loucura atua,
Pois bem ! Coração sutil em teu peito esfria !

V

Cala-te tolo ! minh'alma de tudo embevecida !
Boca de riso ingênuo ! Ainda mais que a vida,
a morte enlaça-me nos teus sutis idílios

Deixa-me o coração confiar no que suponho,
Dentro, em teus olhos mergulhar como num sonho,
E dormir, longo tempo à sombra de teus cílios !

VI

Prefiro ao ópio, ao vinho, à bêbeda loucura,
O elixir dessa boca onde o amor se engalana;
Se meus desejos vão a ti em caravana,
É do frescor dos olhos teus que ando à procura.”

A história é velha - eu sei
Mas ela continua
É a velha história - sei bem
Mas ela continua...

E minhas palavras agora se vão,
Junto a ti.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Voltas
Nelson Francisco de Souza / Thiago Henrique Gonçalves

Dentre becos, trevos, avenidas e alamedas
É só teu rosto o que eu procuro ver
Os pés que me levam a ti se voltam contra mim
Vagueiam desenfreados, provocando o destino
De que eu
Sendo eu
Seja você

Perplexamente mudo
Deixo me levar pelo teu baile
Sinto teu leve respirar
Danço no ritmo do teu corpo
E o tempo por qual a espero
Só me concede um ofegar

Agora único
Estendido até um ponto sem retorno
Desajustado no meu limite
Permaneço sozinho, embriagado nos sentidos
De meus desejosos pensamentos

Sob as pedras que eu andar
Deixarei pegadas de pés que, já cansados,
Não encontram tua direção
E quando eu aprender sobre amor
O caminho pra tua vinda, não será mais tão indecifrável

G.M.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Mártir


Sim...
Coincidências não existem;
Apenas uma realidade descartável,
residente em meio a coisas que persistem;
Pior seria, se pior fosse...
Hoje sou apenas matéria e entulho,
decadência;
E essa consciência...
Sabe que nada sou;
Não passo de um “bagulho”

Esse imbecil com pensamentos sensacionalistas;
Nem acredito naquilo vejo,
Pobre ser amargurado; Vulnerável verme egoísta...
Besta peçonhenta guiada pelo desejo;
Miserável infeliz...
Não tenho culpa;
Não da para esconder o que fiz

Sou uma vocação para a desgraça alheia, consegue ver?
É inacreditável, incompreensível...
A crueldade sedenta de prazer,
Não faz sentido, mas faz todo sentido...
Iniciou-se o final;
O final do início desconhecido...

Deite covarde;
Sofra enquanto a dor corrói seus ossos,
amargure-se com suas tristezas...
com seus medos, e destroços;
Vislumbre seu túmulo...
Observe com frieza
Acostume-se com o fogo eterno,
Pois a morte,
fará do inferno...

Uma fortaleza.

Ouça... São apenas doces palavras amargas...
Sintetize sua atenção, observe as amarras; Desate o nó;
E veja que nem sempre...
Um sorriso no rosto,
É felicidade no coração;
Pois o carpinteiro que fábrica a mesa...
Também constrói o caixão...

Ditame
Vista a cena


Dê adeus a sua esperança.